quinta-feira, 30 de abril de 2009

A NOITE DISSOLVE OS HOMENS


A noite desceu. Que noite!
Já não enxergo meus irmãos.
E nem tampouco os rumores
Que outrora me perturbavam
A noite desceu. Nas casas,
Nas ruas onde se combate,
Nos campos desfalecidos,
A noite espalhou o medo
E a total incompreensão.
A noite caiu. Tremenda,
Sem esperança... Os suspiros
Acusam a presença negra
Que paralisa os guerreiros.
E o amor não abre caminho
Na noite. A noite é mortal,
Completa, sem reticências,
A noite dissolve os homens,
Diz que é inútil sofrer,
A noite dissolve as pátrias,
Apagou os almirantes
Cintilantes nas suas fardas.
A noite anoiteceu tudo...
O mundo não tem remédio...
Os suicidas tinham razão.

CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Morte...


Quando vem não deixa recado, arranca uma parte de nós sem nenhum receio de como vai nos deixar, se vamos ficar tristes? Pra ela isso não importa! Uma vida que acaba, como uma luz que se apaga. A pessoa está aqui, do nosso lado, e de repente não está mais.

A morte é o maior mistério da vida que nunca entenderemos, só nos resta aceitar, o que é mais difícil, porque como nos acostumar com essa situação? Era uma pessoa que nos amava, pior, era uma pessoa que a gente amava, como acordar um dia depois e lembrar que ela não está mais conosco, que não estará NUNCA mais conosco, dá vontade de jogar tudo pro alto e ir junto!

Mas é a vida, cruel ou não, é a vida, com um tempo... GRAÇAS AO TEMPO... Nossa dor se ameniza, o que não quer dizer que estamos livres da saudade, saudade que em alguns momentos dilacera nosso coração, mas que também nos conforta quando lembramos dos momentos bons que passamos juntos, e a esperança de um dia voltar a nos encontrar... Essa esperança nunca morre.